O desaparecimento da jovem miss Raissa Suellen Ferreira da Silva, de 23 anos, se transformou em um dos casos mais tristes e impactantes dos últimos dias no Paraná, deixando familiares, amigos e toda a população em estado de profunda comoção.
O desfecho trágico da história veio à tona na tarde de segunda-feira (9), quando a polícia, com a ajuda do principal suspeito, localizou o corpo da jovem, encerrando de forma dolorosa uma busca que já mobilizava o país.
Raissa havia sumido no início de junho, logo após sair de sua casa em Curitiba. Segundo a família, a jovem acreditava estar prestes a embarcar em um novo desafio profissional na cidade de Sorocaba (SP), para onde, supostamente, viajaria a convite de um antigo conhecido. Esse convite, no entanto, era parte de uma armadilha.
O autor confesso do crime é Marcelo Alves, de 41 anos, humorista conhecido na região e amigo de infância de Raissa. Marcelo, natural de Petrolândia (PE), cresceu em Paulo Afonso, mesma cidade natal da vítima, e sempre manteve contato próximo com ela. Em Curitiba, ele dividia a rotina entre apresentações de stand-up comedy e serviços de motoboy. A relação de confiança entre os dois foi, infelizmente, o elemento que permitiu o desenrolar da tragédia.
O convite falso e o crime premeditado
Segundo o próprio depoimento de Marcelo à Polícia Civil do Paraná, ele arquitetou o falso convite de trabalho como forma de atrair Raissa até sua residência. No dia marcado para a viagem, após levá-la até sua casa, o humorista revelou que a oferta de emprego não existia e, na sequência, se declarou à jovem. Raissa teria recusado e reagido de forma dura, o que, de acordo com o advogado de defesa, teria desencadeado o descontrole do suspeito.
Sem conseguir lidar com a rejeição, Marcelo enforcou Raissa e, após o homicídio, buscou ajuda do próprio filho para transportar e ocultar o corpo. O corpo da jovem foi enrolado em um plástico e enterrado em uma área de mata em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.
O momento da localização e o choque dos familiares
Na tarde de segunda-feira, sob orientação de Marcelo, a Polícia Civil foi até o local indicado por ele e realizou as escavações. O corpo de Raissa foi encontrado em uma cova rasa, envolto por uma lona plástica. O momento foi marcado pelo silêncio e pelo pesar dos agentes que, mesmo acostumados à dura realidade policial, não esconderam a consternação diante da brutalidade do crime.
A família de Raissa, natural da Bahia, já estava em contato com as autoridades desde o início do desaparecimento. A notícia do assassinato, praticado por alguém que todos consideravam amigo de longa data, tornou a tragédia ainda mais difícil de compreender.
Participação do filho e andamento das investigações
Durante as investigações, foi apurado que o filho de Marcelo, que trabalha como motorista de aplicativo, foi acionado pelo pai logo após o crime. Embora não tenha participado diretamente da ocultação do corpo, o rapaz confessou que ajudou a transportar o cadáver até o local onde seria enterrado, atendendo ao pedido desesperado do pai.
A Polícia Civil autuou pai e filho em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver. Já Marcelo responde, além da ocultação, por homicídio qualificado. A defesa alega que ele está profundamente arrependido e colaborando com as investigações, enquanto a polícia continua reunindo provas, testemunhos e elementos técnicos para esclarecer completamente o caso.
O sonho interrompido de uma jovem cheia de planos
Raissa Suellen era conhecida por seu carisma e beleza. Em 2020, ela conquistou o título de Miss Serra Branca Teen, na Bahia, e desde então sonhava em seguir carreira no universo da moda e do entretenimento. Amigos e familiares a descrevem como uma jovem cheia de alegria, esperança e vontade de crescer na vida. A tragédia tirou não apenas sua vida, mas também todos os sonhos que ela vinha construindo com tanto esforço.
As homenagens nas redes sociais se multiplicaram, com mensagens de luto, saudade e indignação. Para a família e para a comunidade, resta agora o difícil caminho de lidar com a dor da perda e buscar justiça.
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