Maicol dos Santos, preso pela morte de Vitória Regina, de 17 anos, afirma que foi pressionado a assumir o crime. Em entrevista à TV Record, ele declarou que sua confissão foi induzida por autoridades policiais, que teriam feito promessas à sua família em troca do depoimento.
Segundo Maicol, durante os interrogatórios, ele foi convencido por investigadores e pelo delegado responsável a admitir a culpa. Ele alega que chegaram a oferecer benefícios como aposentadoria para sua mãe e auxílio-moradia. “A confissão que eu dei foi com base no que eles me disseram. O secretário de segurança disse que minha mãe teria aposentadoria e um vale aluguel”, declarou.
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O caso ganhou notoriedade após a divulgação, em março, de um vídeo em que Maicol admitia ter matado Vitória. Na ocasião, ele afirmou que mantivera um envolvimento anterior com a jovem, sem saber que ela era menor de idade, e disse que estava sendo ameaçado por ela. A adolescente teria ameaçado contar sobre o caso à esposa dele, o que, segundo o acusado, o teria deixado em pânico.
Apesar da gravação, Maicol agora nega qualquer envolvimento com a vítima. Ele afirma que não a conhecia pessoalmente e que nunca teve qualquer tipo de relação com ela. Também nega que a jovem tenha estado em seu carro e diz que os produtos de limpeza encontrados em sua casa, apontados pela polícia como suspeitos, estavam lá por causa de uma mudança residencial, e não com o intuito de eliminar provas.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o inquérito principal foi concluído em abril, com o indiciamento de Maicol por sequestro, feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. As penas somadas podem ultrapassar 45 anos de prisão. Um novo inquérito foi aberto para apurar se outras pessoas participaram da ocultação do corpo.
A defesa de Maicol entrou, em maio, com um pedido de anulação da denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo, argumentando que a confissão foi obtida de forma irregular. O pedido ainda está em análise pela Justiça.
Enquanto o processo judicial segue, o caso continua gerando debates sobre procedimentos policiais, o uso de confissões em investigações criminais e a proteção de direitos fundamentais durante o processo legal.
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