A cantora Preta Gil vem compartilhando com seus seguidores cada etapa da sua batalha contra o câncer, incluindo os efeitos colaterais difíceis do tratamento.
Recentemente, ela fez um desabafo sincero sobre a queda de cabelo que tem enfrentado em meio às sessões de quimioterapia. O impacto não é apenas físico, mas também emocional, atingindo diretamente a autoestima de quem passa por essa fase delicada.
Em entrevista à Mais Novela, a terapeuta capilar Letícia Figueiredo explicou com detalhes como os medicamentos utilizados no tratamento oncológico afetam a saúde dos fios e do couro cabeludo, além de esclarecer o que pode acontecer com o crescimento dos cabelos após o fim da quimioterapia.
Por que o cabelo cai durante a quimioterapia?
De acordo com a especialista, a queda ocorre porque a quimioterapia age de forma agressiva sobre as células que se multiplicam rapidamente no organismo, e não diferencia células cancerígenas das saudáveis. O folículo capilar, por sua vez, está sempre em intensa atividade de multiplicação celular, o que o torna um dos alvos mais afetados.
“A quimioterapia não faz distinção entre ‘células boas’ e ‘células ruins’ — ela ataca todas as que se multiplicam rapidamente. Como o folículo capilar funciona como uma ‘fábrica’ que está sempre em atividade, ele acaba sendo afetado diretamente pelo tratamento”, detalhou Letícia.
Essa queda repentina e acentuada recebe o nome técnico de eflúvio anágeno, caracterizado por uma perda acelerada dos fios ainda em fase de crescimento ativo. Já no caso da radioterapia, quando aplicada na região da cabeça, a queda tende a ser localizada, restrita ao ponto onde as radiações foram direcionadas.
Como o cabelo pode mudar ao voltar a crescer?
Muitos pacientes relatam mudanças curiosas e inesperadas nos cabelos que voltam a crescer após a quimioterapia. A terapeuta capilar explicou que essas alterações são bastante comuns e, em sua maioria, temporárias.
“Depois da quimioterapia, o cabelo geralmente cresce novamente, mas pode vir com algumas características diferentes das que tinha antes. Pode mudar a textura — um cabelo liso pode nascer ondulado ou cacheado, num fenômeno chamado de ‘cabelo quimio cacheado’ (chemo curls), que costuma ser passageiro. Também pode haver alteração na cor e na espessura, já que os melanócitos e os folículos estavam adormecidos durante o tratamento e, ao retomarem a atividade, podem se comportar de forma diferente até se estabilizarem novamente”, explicou a especialista.
Com o passar do tempo e a estabilização do organismo, os fios geralmente tendem a recuperar suas características originais, embora em algumas pessoas as novas mudanças possam se manter.
Quais os cuidados indicados para o cabelo durante o tratamento?
Além da questão estética, o couro cabeludo também exige cuidados especiais durante e depois da quimioterapia, já que pode se tornar mais sensível e suscetível a irritações. Letícia orienta o uso de produtos suaves e hidratantes, que ajudem a manter o conforto e a saúde da região:
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Shampoos hidratantes livres de sulfatos, parabenos, corantes ou perfumes fortes.
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Loções calmantes com ingredientes como camomila e aloe vera, que aliviam a sensibilidade do couro cabeludo.
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Óleos vegetais puros (como de semente de uva, girassol e jojoba) para hidratação sem agredir.
Durante esse período, o foco deve ser o conforto, a saúde da pele e a prevenção de irritações, respeitando a fragilidade do couro cabeludo enquanto o organismo passa pelas fases intensas do tratamento oncológico.
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