A morte de Juliana Marins, jovem brasileira de 26 anos que faleceu após cair em uma ribanceira no vulcão Monte Rinjani, na Indonésia, comoveu o país e escancarou um problema que muitas famílias enfrentam em momentos de dor: o alto custo para trazer um corpo do exterior de volta ao Brasil.
A jovem permaneceu quatro dias desaparecida, sendo localizada sem vida, com sinais de decomposição, em uma região de difícil acesso. O resgate e os trâmites legais foram apenas o começo de uma jornada longa e dolorosa para a família.
Segundo especialistas em repatriação internacional, o valor estimado para trazer o corpo de Juliana ao Brasil gira entre vinte mil e trinta mil reais, dependendo do país, da distância, das exigências sanitárias e da companhia aérea envolvida.
No caso de Juliana, a situação foi ainda mais delicada por se tratar de uma região remota e de um vulcão ativo, o que exigiu cuidados extras para preservar o corpo após tantos dias exposto ao calor e à umidade.
Repatriação não é custeada pelo governo
Muitas pessoas acreditam que o governo brasileiro arca com os custos em situações como essa, mas a realidade é outra. De acordo com as normas do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty apenas presta apoio consular, orientando a família e auxiliando na documentação, mas não cobre financeiramente o transporte do corpo. Essa informação pegou a família de surpresa, que precisou buscar alternativas para conseguir realizar o traslado.
Foi então que amigos próximos organizaram uma vaquinha online para arrecadar o valor necessário. O gesto emocionou muitos, mas não seria suficiente para cobrir todos os gastos.
Foi nesse momento que o ex-jogador Alexandre Pato entrou em contato com a família e se ofereceu para bancar os custos do translado, permitindo que Juliana fosse trazida de volta ao Brasil e sepultada em sua cidade natal, Niterói, no Rio de Janeiro. A atitude do atleta foi confirmada por pessoas próximas à família e reconhecida como um gesto de grande humanidade.
Além disso, a Prefeitura de Niterói informou que também colaboraria com parte das despesas finais, assumindo o compromisso de prestar apoio à família enlutada.
Enquanto isso, o governo federal manteve a posição de que não possui previsão legal para custear esse tipo de operação, o que gerou críticas e levantou debates sobre a necessidade de uma mudança na legislação.
O caso de Juliana Marins evidenciou não apenas a fragilidade diante de tragédias internacionais, mas também o abandono institucional que famílias brasileiras enfrentam nesses momentos. A dor da perda se torna ainda maior quando é acompanhada de obstáculos burocráticos e financeiros.
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