
Um acidente trágico abalou moradores da Vila São José, no município do Cantá, ao norte de Roraima. Ana Leuda Gonçalves Sousa, de 42 anos, morreu nesta terça-feira (8) depois de ser picada por uma cascavel. O caso aconteceu no último sábado (5), quando Ana, que apresentava dificuldades de visão, confundiu o animal com uma corda e tentou pegá-lo com as mãos.
O irmão da vítima, Antonio Carlos Gonçalves, de 37 anos, contou que os cachorros da casa estavam muito agitados, brincando ao redor da cobra. Ana acreditou que os animais estavam apenas mexendo com um objeto inofensivo.
Sua inocência tirou sua vida
“Ela se abaixou para pegar e acabou sendo picada. Quando viu os cachorros brincando com algo, pensou que fosse uma corda e foi pegar. Foi aí que a cobra mordeu”, relatou Antonio, ainda em estado de choque com a fatalidade.
Ana tinha histórico de problemas neurológicos e também sofria de pressão alta. Logo após o acidente, foi levada às pressas a um posto de saúde no Cantá. Porém, segundo consta no Boletim de Ocorrência (BO), o quadro da vítima se agravou rapidamente. A mão dela apresentou inchaço intenso e a pressão arterial disparou, não respondendo adequadamente aos medicamentos administrados no posto.
Além da hipertensão descontrolada, Ana passou a apresentar sangramentos em várias partes do corpo, sintoma comum do veneno da cascavel, que interfere na coagulação sanguínea. Diante da gravidade, a mulher foi transferida em estado crítico para o Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista, distante cerca de 36 quilômetros do Cantá.
Quadro Se Agrava e Mesmo Com Tratamento Ana Não Resiste
A Secretaria de Saúde de Roraima, responsável pelo HGR, informou que Ana chegou à unidade hospitalar aproximadamente quatro horas após ter sido picada. No hospital, os médicos constataram quadro de pico hipertensivo refratário, distúrbio grave de coagulação e um edema significativo no local da picada.
“Foi seguido todo o protocolo pertinente ao caso, com aplicação de soro antiveneno na dosagem máxima, solicitação de plasma, controle do pico hipertensivo e início de antibióticos, além de avaliação feita por infectologista, neurocirurgião e nefrologista”, destacou a nota emitida pela Secretaria.
Apesar dos esforços da equipe médica, o estado de Ana não apresentou melhora significativa e ela acabou falecendo três dias após o acidente. O caso causou comoção na comunidade local, tanto pela tragédia em si quanto pelas circunstâncias inusitadas do acidente.
A história serve como alerta sobre os riscos de áreas onde serpentes são comuns e a importância de buscar atendimento médico imediato após acidentes com animais peçonhentos. A família de Ana Gonçalves Sousa agora tenta lidar com a dor da perda e com o vazio deixado pela mulher, conhecida por ser carinhosa e muito próxima dos parentes.
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