A Polícia Civil da Paraíba instaurou um inquérito para investigar o padre Danilo César, da cidade de Areial, no Agreste do estado, após uma denúncia de racismo religioso envolvendo declarações feitas durante uma missa transmitida ao vivo. O caso ganhou repercussão nacional após o padre fazer comentários considerados desrespeitosos sobre a cantora Preta Gil, falecida no último dia 20 de julho, vítima de um câncer colorretal.
As falas ocorreram no domingo (27), durante o sermão. O religioso mencionou o pai da cantora, Gilberto Gil, para questionar os fundamentos das religiões de matriz africana. Em tom de ironia, o padre sugeriu que não houve intervenção espiritual para salvar Preta, o que foi interpretado por muitos como deboche e intolerância religiosa.
Família de Preta Gil e ativistas reagem nas redes sociais
A reação nas redes foi imediata. Internautas, ativistas e representantes de religiões afro-brasileiras expressaram indignação com as palavras do sacerdote. A repercussão alcançou a família da artista: Bela Gil, irmã de Preta, se manifestou no Instagram na quarta-feira (30), ao compartilhar uma crítica feita pelo historiador Leandro Karnal. Ela desabafou: “É cada absurdo que a gente precisa ouvir… Seu padre desrespeitoso”.
A declaração ampliou ainda mais a visibilidade do caso. Uma associação de religiões de matriz afro-indígena formalizou a denúncia, e a investigação foi assumida pela delegada Socorro Silva, que já ouviu algumas testemunhas. O próprio padre deve ser chamado para prestar esclarecimentos nos próximos dias.
Diocese emite nota e promete esclarecimentos
Diante da repercussão, a Diocese de Campina Grande, à qual pertence a paróquia de Areial, emitiu uma nota oficial. No comunicado, afirmou que o padre Danilo prestará os esclarecimentos necessários por meio de sua assessoria jurídica. A instituição reafirmou o compromisso com a liberdade religiosa e o respeito às diferentes expressões de fé.
O inquérito segue em andamento e busca esclarecer se houve violação das garantias constitucionais que asseguram a liberdade de culto e a proteção à dignidade humana. O caso acende um alerta sobre os limites entre liberdade de expressão e discurso discriminatório, especialmente no contexto religioso.
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