A morte de Francisco Cuoco, aos 91 anos, ainda gera repercussão em todo o país. O ator, que foi um dos maiores nomes da dramaturgia nacional, faleceu no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, após enfrentar um quadro de falência múltipla dos órgãos.
Nos bastidores da internação, um detalhe médico chamou a atenção: a equipe cogitou a retirada de órgãos para doação, conforme protocolo hospitalar. No entanto, essa prática não é adotada automaticamente em todos os casos — e isso surpreendeu familiares e fãs.
Segundo informações obtidas de pessoas próximas, um dos órgãos inicialmente avaliados para possível doação foi o fígado. Mas, por se tratar de um paciente idoso, com o corpo debilitado e sob sedação contínua, os critérios técnicos não foram atendidos.
Mesmo assim, a possibilidade chegou a ser discutida entre médicos, como parte do processo-padrão em situações de morte iminente.
Nem todo paciente pode ser doador: idade, estado clínico e tempo são fatores decisivos
A comoção em torno do tema cresceu porque muitas pessoas ainda acreditam que a doação de órgãos ocorre sempre após a morte de alguém.
Na prática, a decisão depende de diversos fatores: idade, condição dos órgãos, causa da morte e, sobretudo, o tempo entre o falecimento e o início do procedimento. No caso de Francisco Cuoco, mesmo havendo boa vontade, o estado clínico comprometido inviabilizou qualquer tentativa.
Além disso, por lei, a autorização da família é essencial, e há critérios rígidos que impedem que a retirada ocorra em casos como o de morte natural em idosos muito debilitados.
A família de Cuoco optou por não autorizar, principalmente em respeito à fragilidade do corpo do ator e às limitações impostas pelos últimos meses de vida.
Francisco Cuoco faleceu de forma tranquila, sob cuidados médicos e cercado de dignidade. Embora os profissionais tenham discutido a doação como forma de transformar a dor da perda em esperança para outros, a situação clínica e os protocolos impediram esse desfecho.
Ainda assim, sua trajetória continua sendo exemplo de entrega e generosidade — algo que marcou não só seus personagens, mas também sua vida fora das telas.
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