A despedida de Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar quatro pessoas da família do marido com um bolo contaminado, aconteceu de forma discreta na manhã desta sexta-feira (14), no Cemitério do Caju, em Nova Santa Rita.
Apenas um pequeno grupo acompanhou o sepultamento, um dia após Deise ser encontrada morta dentro de sua cela na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.
O clima era de apatia e incredulidade. Cerca de 30 pessoas estiveram presentes, mas nenhum integrante da família Dos Anjos compareceu, o que evidenciou o rompimento definitivo entre os envolvidos no crime que chocou Torres (RS).
Velório marcado por ausências e um último gesto do filho
A cerimônia fúnebre começou por volta das 8h, sem grandes manifestações. Entre os ausentes, chamou atenção a falta do ex-marido de Deise, Diego Silva dos Anjos, e do filho do casal, um menino de 9 anos.
No entanto, um gesto silencioso foi feito: um desenho da criança foi colocado sobre o corpo da mãe antes do sepultamento.
O cortejo teve início às 10h, sob um sol forte e um silêncio quase absoluto, interrompido apenas pelo canto de pássaros observando de cima das árvores. O caixão foi transportado na parte traseira de um veículo e levado até a cova, onde os enlutados se agruparam em círculo, sem pronunciar uma única palavra.
Enterro rápido e um desabafo sobre as perdas
A cerimônia foi breve. Antes das 10h25min, tudo já havia terminado. Os poucos presentes mantiveram a discrição, sem manifestações emocionadas ou discursos.
Apenas um amigo da família se pronunciou sobre o momento delicado:
“Muita gente foi impactada por tudo que aconteceu. A família dela sofre as consequências, mesmo sem ter qualquer envolvimento no caso. Neste momento, acho que ninguém mais discute se Deise envenenou ou não o bolo. O que sobra é a dor de tantas perdas, inclusive a dela”, refletiu.
Com o enterro concluído, os enlutados deixaram o cemitério em silêncio, encerrando de forma sombria a trajetória de uma mulher envolta em um dos crimes mais perturbadores dos últimos tempos.
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