Casos de violência doméstica frequentemente terminam em silêncio e dor, mas, às vezes, o desfecho se transforma em tragédia. Foi o que ocorreu em Guarapari, no Espírito Santo, quando uma mulher de 57 anos, aposentada, matou o genro com uma facada no peito ao tentar proteger a filha e o neto de 8 meses.
A vítima foi Felipe Catanio de Araújo, de 32 anos, que segundo relatos e vídeos, tentava agredir a companheira enquanto ela segurava o bebê.
O relacionamento entre Felipe e a jovem, estudante de enfermagem de 22 anos, era conturbado e marcado por conflitos. Noivos desde 2022, eles moravam em casas separadas.
No dia do crime, Felipe teria passado horas ameaçando mãe e filha do lado de fora do prédio onde elas moravam, de acordo com o advogado da sogra, Lucas Neto.
Momento de tensão terminou em morte
O ponto de ruptura aconteceu quando a aposentada, ao perceber a situação de risco, pegou uma faca e desceu para tentar impedir a agressão. Primeiro, ela cortou o pneu da bicicleta do genro, numa tentativa de impedir que ele fugisse ou atacasse novamente.
No entanto, Felipe reagiu com violência, desferindo um chute no rosto da sogra. Nesse momento, ela reagiu com a facada no peito.
Felipe chegou a ser socorrido, mas não resistiu ao ferimento. Apesar do histórico policial — ele havia sido preso por extorsão em 2022 —, a morte chocou familiares e amigos, especialmente nas redes sociais, onde costumava postar fotos com a noiva e o bebê.
A sogra se entregou à polícia e está profundamente abalada. Sua defesa sustenta que ela agiu em legítima defesa para proteger a filha e o neto. O caso segue sob investigação da Polícia Civil do Espírito Santo, que ainda analisa vídeos e relatos de testemunhas para esclarecer o que de fato aconteceu naquele momento.
O episódio reforça a gravidade da violência doméstica e a imprevisibilidade de situações em que vítimas e familiares se veem obrigados a agir para sobreviver. Até onde vai o instinto de proteção? E quando a defesa vira tragédia?
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