Edson Bernardo de Lima, mais conhecido como Café, ex-integrante do grupo Raça Negra, faleceu aos 69 anos após ser encontrado desacordado em uma rua da zona leste de São Paulo. A notícia abalou fãs da música brasileira, especialmente aqueles que acompanharam sua trajetória marcada por talento, sucesso e, infelizmente, também por dificuldades pessoais.
Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública, Café foi localizado na calçada no domingo, dia 1º de junho. Após ser levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Carrão, foi transferido ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde acabou falecendo. O reconhecimento do corpo foi feito por familiares no Instituto Médico Legal (IML) da capital.
Durante o auge do grupo Raça Negra, um dos maiores representantes do samba e pagode romântico dos anos 1990, Café era responsável pelo violão e contribuía com a sonoridade marcante da banda. Contudo, sua carreira musical foi interrompida de forma brusca após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), que comprometeu os movimentos de seus braços, impedindo-o de continuar tocando.
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O impacto do AVC foi devastador. Sem conseguir exercer sua profissão, Café acabou mergulhando em um ciclo de dificuldades. Longe dos palcos, enfrentou a dependência química e passou a viver nas ruas por mais de uma década, especialmente no Rio de Janeiro. Lá, sobreviveu como guardador de carros, uma ocupação que, segundo ele mesmo declarou em 2020, o ajudava a se manter ativo e longe das áreas mais críticas da cidade, como a Cracolândia.
Apesar de ter passado por tentativas de reabilitação e de ter sido acolhido por familiares e fãs em alguns momentos, Café enfrentou recaídas frequentes. Em entrevistas, ele admitia que o ambiente das ruas o deixava vulnerável e dificultava sua recuperação. Ainda assim, demonstrava força de vontade ao procurar formas de trabalho e evitava a ociosidade, que via como um risco ao seu processo de reerguida.
Nos últimos anos, Café ainda recebia carinho e apoio de admiradores, incluindo uma mulher que o acolheu em São Paulo e tentou ajudá-lo a reconstruir a vida. Sua história, marcada por glórias e provações, comoveu muitos que viam nele não apenas um artista, mas um ser humano em luta constante.
A morte de Edson Café representa o fim de um capítulo triste, mas sua contribuição para a música nacional continuará viva na memória dos fãs e na história do samba e do pagode.
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