O apresentador Fausto Silva, de 75 anos, foi extubado no último sábado (9), segundo o boletim médico mais recente divulgado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O comunicador segue em recuperação após ter passado por duas cirurgias de alta complexidade: um transplante de fígado e um retransplante renal.
A extubação, do ponto de vista médico, representa que o paciente não necessita mais de ventilação mecânica invasiva para respirar adequadamente. De acordo com a pneumologista Michele Andreata, da Saúde no Lar, o procedimento indica evolução clínica. “Significa que ele recuperou força e coordenação suficientes dos músculos respiratórios e apresenta condições para manter a respiração de forma espontânea”, explicou.
Ainda segundo a especialista, antes de realizar a extubação, a equipe médica verifica se houve melhora na condição que motivou a intubação. São avaliados fatores como estabilidade pulmonar e cardiovascular, oxigenação adequada, nível de consciência e capacidade de proteger as vias aéreas contra aspiração de secreções.
Apesar de ser um avanço importante, a extubação não significa que o paciente esteja livre de riscos. “Ele ainda pode necessitar de cuidados intensivos, já que a causa da internação e possíveis complicações continuam sendo monitoradas para garantir estabilidade clínica”, alertou Andreata.
Cuidados e possíveis desafios no processo de recuperação
Após a retirada do tubo, é comum que pacientes apresentem sintomas como fraqueza muscular, fadiga, irritação nas vias aéreas, tosse e rouquidão. A fisioterapia respiratória, segundo a médica, desempenha papel fundamental para expandir os pulmões, remover secreções e facilitar a adaptação à respiração espontânea.
A especialista ressalta que, embora seja um passo positivo, a extubação não é definitiva em todos os casos. “Em determinadas situações, pode ser necessário reintubar o paciente, especialmente se houver fadiga respiratória, acúmulo de secreções ou piora do quadro clínico. Por isso, mesmo após a retirada do tubo, a observação médica rigorosa continua sendo essencial”, afirmou.
Faustão está internado desde 21 de maio, em tratamento para complicações decorrentes de uma infecção bacteriana que evoluiu para sepse. O transplante de fígado foi realizado na última quarta-feira (6), e o retransplante de rim no dia seguinte.
As cirurgias foram bem-sucedidas e a evolução clínica até o momento é considerada positiva pela equipe médica. No entanto, ainda não há previsão de alta, e o apresentador permanece em acompanhamento intensivo, com foco na estabilização plena do quadro e prevenção de novas intercorrências.
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