
A Polícia Civil de Pernambuco e o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) investigam as circunstâncias que levaram à morte de Adriana Barros Lima Laurentino, de 46 anos, após a realização de um procedimento estético conhecido como “harmonização de bumbum”. O caso aconteceu na clínica Bodyplastia, no Recife, no dia 11 de janeiro.
Segundo relatos da família, Adriana passou pela intervenção estética e foi liberada para ir para casa. Porém, pouco tempo depois, começou a sentir dores intensas e acabou sendo encontrada sem vida no banheiro da própria residência.
“A vítima, uma mulher de 46 anos, foi encontrada sem vida dentro do banheiro de sua residência. As diligências seguem até o esclarecimento do ocorrido”, informou a Polícia Civil, que registrou a ocorrência como Outras Ocorrências Contra a Pessoa.
A morte repentina da mulher levantou suspeitas sobre a segurança do procedimento e as condições em que ele foi realizado. O médico responsável pela intervenção, Marcelo Alves Vasconcelos, passou a ser alvo de investigação, tanto da polícia quanto do Cremepe, que realizou uma fiscalização emergencial na clínica. O caso provocou grande repercussão nas redes sociais e reacendeu o debate sobre os riscos de procedimentos estéticos fora de ambientes hospitalares adequados.
Clínica Sob Suspeita e Substância Contestada Por Especialistas
Durante a vistoria feita pelo Cremepe, surgiram sérias irregularidades. Em nota, o conselho informou que o médico Marcelo Vasconcelos não possui registro regular junto ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, o que o impede legalmente de exercer a profissão no estado. Além disso, a estrutura da clínica Bodyplastia foi considerada inadequada para procedimentos invasivos como o que Adriana realizou.
“Durante a vistoria, foi constatado que o médico responsável pelo atendimento não possui registro regular junto a este Conselho Regional e que o ambiente em que o procedimento foi realizado não é adequado para a realização desse tipo de intervenção, o que o torna incompatível com os requisitos de segurança exigidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)”, detalhou o Cremepe.
Outro ponto que gera polêmica envolve a substância utilizada no procedimento. Marcelo Vasconcelos divulga, em suas redes sociais, o uso do polimetilmetacrilato (PMMA), um produto amplamente criticado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Desde 2024, a SBCP solicita à Anvisa a proibição do PMMA, alertando sobre riscos graves à saúde, como inflamações, necrose tecidual e até óbito.
A defesa do médico, procurada pela CNN, afirmou que Marcelo “sempre agiu diligentemente, seguindo os padrões preconizados pela boa técnica” e ressaltou que todas as pacientes assinam termo de consentimento sobre possíveis intercorrências. Segundo a defesa, Adriana não apresentava comorbidades que a tornassem inapta ao procedimento.
Enquanto isso, tanto a Polícia Civil quanto o Cremepe seguem trabalhando para determinar as causas exatas da morte de Adriana e apurar possíveis responsabilidades criminais ou éticas envolvendo o caso.
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