A morte trágica de Juliana Marins, de 26 anos, no Monte Rinjani, na Indonésia, continua gerando indignação. Agora, familiares e pessoas próximas afirmam com clareza o que até então vinha sendo dito em silêncio.
O verdadeiro motivo da morte de Juliana não foi apenas a queda — foi o descaso. O abandono, a lentidão das autoridades e a indiferença de quem poderia ter feito mais foram decisivos para o desfecho fatal.
Juliana caiu em uma encosta íngreme de mais de 500 metros durante uma trilha. Mesmo ferida, ela sobreviveu à queda e gravou vídeos pedindo ajuda, implorando por comida e água.
Drones chegaram a flagrá-la com vida, mexendo na mochila e acenando, mas o resgate demorou quatro dias. “Ela teve tempo. Ela tinha chance. O que matou a Juliana foi a falta de ação, foi o desprezo com a urgência da vida dela”, desabafou um amigo próximo da família.
A jovem não morreu no impacto. Ela morreu aos poucos — de sede, de fome, de frio e de medo. Segundo os familiares, Juliana foi deixada sozinha, mesmo depois de alertas.
“Cada hora que passou ali embaixo foi uma sentença. E quem podia ajudar, empurrou a responsabilidade para o outro. Ninguém agiu com pressa. Isso é o que mais dói”, disse a irmã.
Família acusa omissão e cobra justiça por Juliana
Desde o início do caso, a família afirma que houve falhas graves na resposta das autoridades locais e no suporte consular brasileiro.
O pai de Juliana chegou a viajar até a Indonésia, na tentativa de acompanhar o resgate. Quando chegou, no entanto, a filha já havia sido encontrada morta, com o corpo em estado de decomposição.
Além disso, o governo brasileiro se negou a custear o translado do corpo — algo que só foi possível graças a uma vaquinha e à ajuda do ex-jogador Alexandre Pato.
A comoção gerada pela tragédia fez com que políticos propusessem mudanças na legislação, como a “Lei Juliana Marins”, para evitar que famílias passem por isso novamente.
Juliana não foi apenas vítima de um acidente em um vulcão. Foi vítima da negligência, da burocracia e do descaso. E agora, sua história ecoa como um grito por justiça para que outras vozes não sejam caladas da mesma forma.
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